Defendendo "3%"
Falar de produção nacional, de Ficção Científica e brasileira é difícil mesmo porquê sempre tem alguém como eu para criticar - só que não vou, simplesmente porque a Netflix conseguiu a proeza de renovar para a segunda temporada, todos nós sabemos que temos certa resistência pelos filmes verde-amarelos, mas dizer que "Cidade de Deus (2002)" é um filme ruim soa no mínimo estranho para quem gosta de dizer que adora a "sétima arte".
Sociologicamente falando, nós temos o próprio senso comum a nosso favor como uma forma de defender a luz da crítica pessoal a série dentro da realidade existente, percebam o quadro: Vai no Rio e separa de um lado quem mora na Favela da Rocinha de quem mora em São Conrado" O realismo deste quadro vai ressaltar a diferença sócio-econômica diferenciando quem possui Status Quo da classe menos favorecida. Todos querem ficar no Projac é claro, dando aqueles sorrisos falsos com dentes completamente brancos da elite virtual brasileira. Desvirtuosa elite de um país completamente desigual no que se refere às diferenças de classes e não para aí, logo não iremos longe pois esta diferença em escala mundial recria um ambiente onde 10 milhões de pessoas consome a maior parte dos recursos naturais e coloca a culpa nos outros 6 bilhões de pessoas reajustando a pobreza continuamente, ano a ano tirando da boca das crianças.
Agora "centrando" em "3%" cito o abismo social da série, vejo um trabalho levado a sério com atores crescendo em seus papéis, é dramática, acentua esta diferença entre uma pequena elite brasileira como é citada no título que passa a fazer parte do sistema em escala soberba usufruindo de todos os bens materiais, a única forma de avançar e sair da pobreza é num chamado "Processo" completamente desigual e injusto que se faz aos vinte anos de idade, o que resta "Do Lado de Cá" somos nós - a população trabalhadora, os pobres e excluídos. Não sabemos o ano em que se passa, mas parece final do século XXI, se não abrirmos mão da indiferença falta pouco.
A coisa que me deixou indignado é que um "crítico" das organizações Globo (tinha que ser né?) autor de uma pequena obra biográfica e de livros infantis disser que a série "é redundante, previsível, pueríl e frustrante " - óbvio que um comentarista da elite não vai retratar o quadro real, mas sim o país das maravilhas dos estúdios Globo no Projac. Quantas pessoas a Netflix contratou ou empregou dentro de um nicho de mercado dentro do Brasil? Dentro do Brasil foi uma aposta, "3%" não é perfeita mas tem bom enredo, fotografia, edição, atores comprometidos e um Diretor ambicioso, parábens César Charlone e a equipe.
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