quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Do Mundo Nada se Leva (1938)

     Meu gosto por filmes românticos ou comédias deste mesmo gênero não são lá grande coisa, mas quando se trata de uma comédia romântica com meia colher de café de drama o primeiro que me vem a mente é o vencedor do Oscar de Melhor Filme de 1939 "Do mundo Nada se Leva" (You Can't Take It - With You). Se alguém se der ao trabalho de pesquisar no Google sobre comédias românticas com a relação garoto rico/garota pobre e vice-versa deverá encontrar muitas entre "as top 15", as "vinte melhores" e, até as "30 melhores" pela opinião de várias pessoas e canais de streaming que classificam por data (por exemplo: 1962 a 2016) com escolhas provavelmente sorteadas ou critérios duvidosos na intenção de preencher lacunas para filmes brasileiros como "Os Normais"- apenas para constar.
     Do Mundo Nada se Leva vai além de qualquer critério ou seleção, pois não se trata apenas de uma relação do casal travada pela situação econômica, mas qualifica esta situação através das relações familiares, não decorre apenas deste questionamento a grosso modo onde o romantismo engraçado que serviria-se para traçar paralelos entre os personagens através de uma situação de classe.
   Três vezes ganhador do Oscar como Diretor Frank Capra (1897-1991), reconhecido por sua simplicidade, trabalhava com o realismo em situações inesperadas, no cotidiano das pessoas e são nestes três aspectos que "Do Mundo Nada se Leva" está centrado. O elenco principal é fenomenal os atores coadjuvantes são pessoas normais que possuem vidas normais em suas respectivas classes sociais, até aqueles atores que citam uma pequena frase conseguem fazer valer a pena seu papel.   
     O apelo dramático questiona o modo de vida norte-americano do final da década de 30, o choque entre a elite e a baixa classe média dentro de um contexto hilário, nós chamamos hoje de Comédia de Situação, mas não podemos vulgarizar um filme que está bastante a frente de seu tempo. O elenco não destaca apenas um, mas quatro protagonistas - de um lado Edward Arnold  um grande empresário que vive seu momento de ascensão, seu papel traz à tona questões que, vejam bem, envolvem a corrida armamentista (exatamente no início da 2ª guerra) e a expeculação imobiliária que cercam o grande empresário Anthony Kirby, que por outro lado é pai de Jim Kirby (James Stewart), um sujeito rico de berço, mas simples de coração que se apaixona pela bela Jean Arthur (Alice Sycamore) que apesar de se preocupar com o que os pais de Jim irão pensar de seu casamento não se anula, pois é dona de um grande caráter e é neta de Lionel Barrymore (Martin Vanderhof) ou Vovô Lionel que é dono de uma bondade e felicidade imensas. São mais de vinte personagens interagindo.
     O filme não para em nenhum momento é daquelas raras obras da cinematográficas onde os minutos deixam de ser contados e olha que se passam em duas horas e cinco. Não possui uma grande fotografia, mas Frank Capra trabalhou muito para montar cenários dinâmicos onde quase não se vê o produto da edição de tão detalhada que é, ou seja, termina uma cena e começa outra imediatamente quase sem cortes, acho que pode ser o motivo do filme passar tão rápido. Uma obra imperdível da sétima arte, da vida nada se leva...mas uma coisa fica.








Sala de Descontrole

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